Uma das questões mais relevantes da vida gira em torno da compreensão correta da nossa identidade, de quem verdadeiramente somos.

É muito fácil encontrarmos notícias na TV, conteúdos na Internet, nos jornais e revistas, livros e artigos e na produção artística de música, filmes e séries uma infinidade de tentativas de respostas a respeito da nossa identidade. Cada grupo identitário ou ideologia querem definir e responder tal questão a partir de seus próprios pressupostos.

Se pesquisarmos sobre o tema da identidade, ainda que superficialmente, iremos notar o quanto na história da humanidade existe uma busca por respostas para se chegar a uma definição sobre quem somos, tanto no coletivo, como seres humanos vivendo em sociedade, quanto em nossa individualidade. Há séculos, as ciências humanas, biológicas e filosóficas apontam caminhos através de estudos, pesquisas, descobertas, pensamentos, entre outros, tentando encontrar uma definição do ser.

Como cristãs convictas, em um relacionamento pessoal com Deus por meio de Cristo Jesus, sensíveis à voz do Espírito Santo, estudantes da Palavra de Deus e de boa produção teológica, devemos saber que só conseguiremos responder à questão da nossa identidade respondendo primeiro a uma pergunta muito mais importante: “Quem Deus é?”

Vejamos este versículo: 

“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; […] Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” (Gênesis 1.26,27)

Quando lemos essa porção de Gênesis, ficamos maravilhadas em saber que Deus, o Criador de tudo, fez o homem e a mulher à sua imagem. Isso deveria nos maravilhar de uma tal maneira que o desejo de saber mais sobre esse Deus que nos criou de acordo com sua própria imagem e semelhança deveria ser nosso maior objetivo de vida.

“A identidade de qualquer ser humano, ao contrário do que diz Butler, não é ditada pela sociedade ou por suas normas opressoras, tampouco pela voz interna de cada indivíduo, mas, sim, por aquele que formou os seres humanos ex nihilo, do nada, de acordo com seu propósito misericordioso. Nós somos imago Dei (à imagem de Deus) e não imago sui (à imagem de nós mesmos)” (Francine V. Walsh, em “Ela à imagem dele”).

Sim, sabemos que é impossível conhecermos totalmente a Deus, dada sua grandeza infinita e nossa condição de pecadores. Mas, por outro lado, sabemos que Deus, por sua graça maravilhosa, revela-se a nós. Ele se faz conhecido por sua natureza, essência, atributos, relação com a criação através do seu Filho Jesus Cristo, do Espírito Santo e da Sua Palavra. A nossa glória consiste em conhecer a Deus: “Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor” (Jr 9.23,24).

É extraordinário caminhar pela estrada do conhecimento de Deus, de quem Ele é, lembrando que essa estrada  deve sempre ser pavimentada pelas Escrituras. Cada passo dado nessa jornada nos leva a conhecer mais o nosso Criador, e, por consequência, a compreensão da nossa identidade é obtida. 

Há muitas declarações na Bíblia que falam sobre quem somos, sobre nossa identidade e sobre como expressamos o nosso Pai. Cremos, portanto, que esta seja a mais sublime identidade que possamos ter: filhas de Deus!

“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome.” (João 1.12)

“Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo.” (1 João 3.1)

“O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.” (Romanos 8.16)

“Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes.” (Gálatas 3.26,27)

Recebermos a identidade de filhas de Deus muda tudo! No mais profundo do nosso ser, a convicção dessa verdade, promovida pela fé no Deus soberano sobre tudo e todos, detentor de toda glória e verdade, é algo tão grandioso que meras palavras não alcançam o pleno significado disso.

Em resumo, a Bíblia nos oferece uma solução para a crise de identidade: devemos encontrar nossa identidade em Deus, através de Jesus Cristo. Quando lembramos que fomos criados por Deus com um propósito específico em mente, que somos transformadas em uma nova criatura em Cristo e que somos filhas de Deus, podemos encontrar a verdadeira paz e satisfação em nossa vida. Somente quando estamos alicerçadas na identidade que temos de filhas redimidas e amadas de Deus é que podemos viver livres das cadeias de mentiras do mundo a respeito de quem nós somos.

Ao abraçarmos a identidade dada pelo nosso Pai, podemos viver de uma maneira que  glorifique nosso Criador, expressando Seu caráter e coração, bem como as boas obras para as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas (Ef 2.10).

Por Cláudia Martin