QUAIS OS TEUS ÍDOLOS?

Algumas verdades precisam ser ditas, e mesmo correndo o risco de ser criticada por alguns cristãos, elas se fazem necessárias. Hoje de manhã eu e uma amiga comentávamos sobre como as músicas da nossa adolescência eram incrivelmente dramáticas, e nós, adolescentes que não sabíam nada da vida, as cantávamos como se fossem nossa própria vida; sofrendo por “relacionamentos” que às vezes só existiam em nossas cabeças. 
Depois a gente cresce e percebe que a vida ADULTA não é aquele drama de sessão da tarde regado a brigadeiro. Hoje a gente ri das letras que há 10, 15 anos nos faziam chorar desesperadamente. É engraçado. A adolescência é uma fase na qual criamos um mundo imaginário e a cultura POP endossa ainda mais esse universo com seus filmes, músicas e seriados.


Eu fui uma adolescente melancólica, eu ouvia Nirvana e minha vida parecia tão triste e dramática, eu nem tinha os problemas que as letras diziam, mas absorvia aquilo e o tornava realidade; não havia garotos por quem realmente me interessava na vida real, mas eu queria ter um romance e histórias para contar como no The O.C (gente, estou velha, desculpe geração 2000)!


A critica se deve ao fato de que, quando eu olho para boa parte dos jovens adultos de hoje, aqueles que nasceram dentre os anos 80 a 90,  e a cultura que eles criaram, vejo que eles não saíram da bolha da adolescência. São os mesmos adolescentes, carentes e inseguros, agora na versão depois dos 18. Versão na qual eles criaram uma nova bolha onde podem encher a cara de cerveja, sair à noite “sem ter hora pra voltar”, gastar o que não tem — e viver cheios de dívidas no cartão de crédito e ter os tais “contatinhos” para suprir suas carências. Perceba que eles são os mesmos, só trocaram a batida e as letras das musicas pop-rock que falavam de amores impossíveis, por músicas que falam de traição, decepção, sexo, bebidas e sofrência. Eles chamam isso de vida adulta só porque têm boletos para pagar.
Mas no fundo isso tudo não passa de mais uma fuga da realidade, a vida real deve ser realmente muito chata e monótona para que eles desejem passar tanto tempo fugindo dela, escondendo-se atrás de padrões intencionalmente construídos para fazer com que se sintam aceitos e parte de uma cultura.
A ironia é que, assim como na adolescência muitos dos nossos ÍDOLOS eram apenas imagens, na vida adulta também. O seu ídolo te diz para sair, encher a cara, gastar o que não tem, romper relacionamentos, ficar na “gandaia” madrugada adentro, trair e se vingar enquanto ele está bem feliz com suas contas pagas, sua casa própria, sua esposa ao lado, seus filhos criados e sua vida ganha. Enquanto isso, seus súditos, cultuam seus palácios, adoram suas famílias, torcem por seus casamentos, e continuam acreditando em suas letras falsas que pregam realidade que eles não vivem.
Gostaria de dar dois tipos de conselhos, um àqueles que ainda são adolescentes, outros àqueles que são adultos. Se você é adolescente, saiba que a vida é muito mais do que o universo medíocre da adolescência. Não faça escolhas para a vida toda, sua identidade ainda está sendo formada, daqui a uns anos você vai olhar para trás e concluir: como eu era tola. Isso é um fato, acredite. Não coloque suas amizades acima da sua família, muitas das melhores amizades, aquelas que juramos que serão para sempre se acabarão, mas aqueles que realmente te amam e apoiam sempre estarão ao seu lado. Honre seus pais. Relacionamentos precoces só trazem traumas desnecessários. É difícil ser taxada por não namorar, mas você vai superar e não morrerá por isso. Fique tranquila, você não está perdendo nada, o melhor da vida ainda não chegou, não se apresse. Fuja dos vícios, a adolescência é o período mais suscetível ao início de vícios. Experimentar bebida, cigarro, drogas, sexo, pornografia é um caminho que não será facilmente superado, então fuja disso, mantenha seu caminho puro, um dia você será grata por isso.
Não siga os conselhos e o padrão de vida que as celebridades ensinam, ele é falso, essa não é a realidade da vida. É uma vida projetada para parecer interessante, mas o fim dela é destruição. Eles não vivem o que pregam, te ensinam a viver algo que não vivem; os que acreditaram nesse velho discurso e seguiram por essa velha estrada hoje são pessoas frustradas, carentes e sem família tentando provar para a sociedade que têm alguma relevância. Não seja uma delas.
A mídia tentando criar padrões de vida não é nenhuma novidade, a diferença é que agora existe Instagram e a MTV nem sei mais.
E se você, hoje adulto, ainda vive como um adolescente (vide Tomorrowland, festival e a literatura), meu conselho é esse: cresça. Pare de fugir das responsabilidades, pare de viver na Terra do Nunca: Nunca serei Adulto, Nunca serei responsável, Nunca terei uma família, Nunca envelhecerei, Nunca sofrerei, Nunca perderei a diversão. A vida não é um festival de música alucinante com bebidas, gente bonita e eternamente jovem. A vida não é mero entretenimento. A vida tem significado. Qual é o significado da sua vida?
A vida real, não cabe em refrões melosos ou empolgantes. Fugir da realidade não muda a realidade, apenas a adia o bastante para la na frente gerar frustração. Ninguém pode ser eternamente jovem; ninguém pode ser eternamente belo; ninguém pode ser eternamente atraente; ninguém pode ser eternamente feliz. Não nesta vida. Assuma suas responsabilidades.
Tempos assim nos mostram que a vida possui um sentido mais profundo, um sentido que vai além da animação de uma sexta-feira ou do tédio de uma segunda, que dispensa Happy Hours e ainda assim se torna significativa. Contudo, ainda é triste ver vidas sacrificadas sobre o altar dos ídolos com libação de pinga e cerveja. É ainda mais triste ver cristãos prestando culto, sim, CULTO a esses ídolos, alheios às programações de suas igrejas, mas ávidos por suas apresentações; endossando coros de músicas promíscuas e profanas, sem ao menos se dar conta de que não se pode servir a dois senhores sem que a um aborreça.
É, a adolescência passou, alguns ídolos ficaram para trás, mas, outros permanecem. Quais são os teus ídolos?

No Amor de Cristo,

Prisca Lessa