Porque decidi estudar Teologia.

“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:32)

“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:32)

Talvez alguém me pergunte por que decidi fazer Teologia:
Para ser pastora? Não, não tenho esta “pretensão”.
Para ser freira? É engraçado, mas já me perguntaram isso.
Por causa dos meus pais? Não, apesar deles terem feito, eu nunca quis fazer.
Por causa do meu irmão? Felizmente ele nunca me pressionou a isso.
Por falta de opção? Não, inclusive tentei fazer nutrição, pra descobrir que não era o meu caminho.
Pra ser superior? Não, considerando que uma vez que você entende o real significado das Escrituras, você não tem motivos para ser arrogante.
Por ser jovem, não seria melhor escolher um curso mais promissor?! De fato, estudar Teologia não é nem de longe um degrau para uma carreira promissora, longe disso.
Por que não estudar outra coisa antes, fazer carreira e depois pensar em fazer Teologia (como segunda opção)?! Essa é uma mentalidade que eu definitivamente não quero seguir, não estou aqui pra julgá-la, no entanto, não compartilho dela.
Decidi fazer Teologia por uma razão:
Certo dia fui convidada a participar de um culto que mudou a vida de alguém que nunca imaginou estudar Teologia: EU!
Após receber um balde de informações, sai de lá derrotada, com a seguinte sensação: ou a igreja como um todo estava mergulhada num Evangelho todo errado, ou aquele cara era um ladrão de almas, um lobo em pele de cordeiro!
Naquela noite eu mal pude dormir, chorei muito, há algum tempo eu vinha me sentindo vazia e mesmo me sentindo tão distante de Deus, eu sabia que aquela palavra não era a Verdade de Deus. Só não sabia o porquê. Orei como há tempos não orava e naquela noite eu tive uma certeza: eu precisava conhecer a Deus! Creio ter sido aí que Deus me chamou.
Esta convicção ficou guardada em meu coração até a manhã seguinte, acordei com medo de ter sido apenas um sentimentalismo passageiro, no entanto, eu estava muito triste ainda, pois aquela “pregação” ecoava em meu coração e era terrível lembrar-me das pessoas que responderam àquele apelo. Eu estava inconformada, triste, brava. Difícil explicar a mistura de sentimentos em meu coração, só sei que naquela manhã em lágrimas eu confessei ao meu irmão perplexa: Eu não sei no que eu acredito, eu fui ensinada na Palavra, no entanto, não tenho uma fé pessoal, eu sei que o que aquele pregador disse ontem não é certo, no entanto, não sei combater isso. Como posso dizer às pessoas que aquilo não é verdade? Como posso defender a Bíblia se não sei explicar porque aquilo não é verdade? Até então, minha fé estava baseada no que meus pais criam, no que meu irmão cria e no que aprendia aos domingos nos cultos. Mas se alguém me perguntasse no que eu cria, não saberia responder, minha “fé” era uma mistura de tudo e de todos.
Eu sequer tinha lido a Bíblia toda, mal sabia quantos livros havia nela, me deparei com a minha própria derrota: Eu não conhecia a Bíblia e sendo ela o meio para que eu conhecesse a Deus, logo eu também não conhecia verdadeiramente a Deus; talvez, de ouvir falar, mas nunca tinha “visto-o face a face”. Naquele momento, eu percebi que era inevitável, só existia um caminho pra mim: a palavra de Deus. Deus estava me dando a oportunidade de conhecê-Lo. Fui tomada por um desejo e convicção que nunca havia sentido:
– Preciso estudar a Palavra de Deus e saber POR QUE o que aquele pregador disse está errado e uma vez que tenha aprendido a Verdade, vou ensiná-la a todos quanto puder ensinar.
Naquele dia, esta se tornou minha missão (eu que achava que não tinha uma missão neste mundo): Conhecer a Deus, fazê-Lo conhecido e não permitir que lobos roubem das ovelhas o Verdadeiro Alimento. E essa tem sido minha única missão, antes eu queria fazer tantas coisas, mas hoje vejo que uma só é necessária, eu escolhi a melhor parte e esta não me será tirada: compartilhar a Palavra, a tempo e fora de tempo, onde eu estiver. Poder dar Pão fresco e não embolorado, Água fresca e não morna. Creio que esta é a missão de todos nós. Eu posso falhar em todas as demais coisas: não ser uma profissional reconhecida, não ser uma mulher moderna e independente, não ter a casa dos sonhos, nem o carro do ano, nem viajar o mundo ou colecionar diplomas, ler tudo o que gostaria ou ser a melhor mãe do mundo. Posso frustrar as expectativas de alguns e até minhas próprias, mas não posso falhar nesta missão: CONHECER a Deus e fazê-Lo CONHECIDO!
Essa é sem sombra de dúvidas a única razão pela qual eu escolhi fazer Teologia e na realidade é muita pretensão minha dizer que eu escolhi; eu apenas fui gentilmente convencida por Deus. Relutei muitas vezes. Claro que eu queria ser como todo mundo: bem sucedida, poder contar para as amigas, me gabar de minhas conquistas, mas GRAÇAS a Deus, Ele não deixou e agora que tenho sido liberta de velhos conceitos estou pronta pra estudar tudo o que puder a fim de usar isso pra promover a glória de Deus e não mais a minha.
Poucos cursos, ouso dizer que nenhum oferece tais experiências como as que tenho vivido em meu seminário. Houve aulas em que chorei ao me deparar com a graça de Deus, me envergonhei diante do fervor missionário dos Morávios e pra minha surpresa descobri que eu era simpatizante da Filosofia Estoica e não sabia, – e essa é uma das coisas mais comuns que acontecem no seminário: você descobre que aquilo que você chama de “teologia” tem muito mais filosofia e humanismo do que possa imaginar! – fui confrontada diversas vezes; já quis desistir do curso, já quis renunciar minha fé. Houve tempos em que desejei nunca ter aprendido nada daquilo, pois uma vez que você conhece a Verdade, já não pode viver como se não conhecesse, como diria o tio Ben (no primeiro filme da série “Homem Aranha”): “com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades”; tornei-me fariseu e fui derrotada mais uma vez pela graça e ela continua me derrotando todos os dias, graças a Deus. Me perguntei diversas vezes pra que estou estudando isso e onde isso vai me levar; já quis fazer outro curso, muitas coisas aconteceram, mas posso lhes dizer sem sombra de dúvida: Eu NUNCA fui tão feliz em minha vida quanto tenho sido com Deus, nem no meu “primeiro amor” provei tamanho amor e alegria. Eu nunca me senti tão imerecedora e tão amada, nunca me senti tão indigna e tão aceita, me sinto como um bebê que aprende a dar seus primeiros passos, cada novo passo é uma vitória eu me alegro com o Senhor e Ele festeja junto comigo, é Perfeito!
É impossível conhecê-lo e não amá-lo. Comecei o curso num dos momentos mais críticos da minha vida: eu não era de fato cristã. Vivia uma religião própria. Minha religião, cheia de fábulas, filosofias, amor próprio e MÉRITO; onde Deus tinha que me dar aquilo que eu merecia e quando eu queria. A Teologia é um divisor de águas, quando nos deparamos com a soberania de Deus só há dois caminhos: ou nos convertemos ou descobrimos que nunca nos convertemos antes.
Estudar Teologia pode ser uma via de mão dupla, você pode se achegar a Deus ou afastar-se Dele definitivamente. Judas cursou o melhor seminário teológico do mundo. Quantos seminários “formaram” ateus, ainda que não declarados?! Muitos se perdem pelo caminho.
Afinal, por que estou escrevendo tudo isso?! (Se você CHEGOU ATÉ AQUI uhuu me avise, pois você merece um prêmio haha).
É triste ver como muitos cristãos repudiam a Teologia, enquanto outros acham que ela só é útil pra quem vai ser pastor, missionário ou algo semelhante.

“Vivemos em uma era que diz: “Eu não quero nada desta coisa de doutrina, eu só quero Jesus”, “Eu não quero
nada desta coisa de teologia, eu só quero Deus”. Bem, há um problema aí. Quando você fala que não quer teologia e só quer a Deus, você está dizendo que quer todos os benefícios de Deus, mas não quer conhecê-lO. Quando você diz que só quer Jesus e não quer doutrina – “doutrina” vem de uma palavra hebraica que significa ensino – você está dizendo que quer os benefícios de Jesus, mas não os ensinos.” (Paul Washer)
A Teologia é tão útil pra um pra um médico, um engenheiro ou um agricultor, quanto é para um pastor, todos devem conhecer a Deus com zelo.
Se você chegou até aqui, pois tem dúvidas se deve ou não fazer Teologia e não sabe até que ponto isso é importante, meu conselho a você é que faça e com a Graça de Deus, a espada afiada da Palavra de Deus fará algo incrível em sua vida, uma transformação genuína irá ocorrer em sua vida e você terá um encontro pessoal e único com o Senhor.
Quanto a quando fazer e às perspectivas do QUE fazer com a Teologia: faça o quanto antes, faça por necessidade pessoal e o amanhã, entregue ao Senhor, pois se Ele tem te chamado, pode ter certeza que Ele (já) tem um plano! Eu creio nisso.
Meu desejo a você que está longe – confuso com sua teologia, perdido em meio a tantas palavras que têm sido pregadas por aí, decepcionado e insatisfeito com a “religião dos homens” – se sentindo mais perdido que cego em tiroteio – é que você conheça a Deus. Você precisa conhecê-lo! Essa é a coisa mais urgente e importante da sua vida, nada no mundo é mais importante do que a sua alma, ela é a ÚNICA coisa eterna que você possui e o que você tem feito diante disso? A vida eterna é conhecer a Deus, se você não o conhece aqui quem lhe garante que a vida eterna lhe pertence? Conhecer a Deus é a coisa mais urgente que você tem a fazer!
Meu desejo é que você não seja enganado por falsas doutrinas. Busque a Deus enquanto se pode achá-lo, pelo bem de sua alma peça ajuda, conheça a Deus, estude sua Palavra e conte comigo no que precisar.

Leia mais, leia mais, leia mais a Bíblia! Se o Criador do universo que soprou trilhões de estrelas em bilhões de galáxias, também soprou um Livro, como deixar de ler este Livro? (Josemar Bessa)

No amor de Cristo
Soli Deo Gloria.