Li e recomendo: As Firmes Resoluções de Jonathan Edwards.

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Comecei o ano com leitura desse livro: “As Firmes Resoluções de Jonathan Edwards”, de Steven Lawson (Ed. Fiel). O livro faz uma análise da vida de Jonathan Edwards por meio das 70 resoluções que ele fez e seguiu ao longo de sua vida. Não se trata de um livro de leitura rápida, embora seja bem pequeno, este é um daqueles livros meditativos, pois em cada capítulo o autor apresenta um desafio a ser aplicado em nossa vida cristã. Isso torna a leitura bem reflexiva. Olhar a vida de Edwards gera um incômodo; ele foi um homem cuja busca pela glória de Deus, por meio de uma vida de santidade, se destacou. O questionamento que me acompanhou ao longo dessa leitura foi: quão empenhada e comprometida com minha santificação eu tenho vivido? Sim, é o Espírito quem opera em nós a santificação, mas há também o imperativo: “sede santos”. Essas duas verdades andam juntas e não se anulam. A santificação não é um processo estático, o apóstolo Paulo se refere a ela de modo bem ativo: como uma corrida, como um atleta em exercício; ele também usa termos pesados como esmurrar o seu próprio corpo. O processo é ativo e não inerte.

Edwards vivia uma vida de constante avaliação, por isso formulou suas resoluções como um meio de avaliar-se. Elas também foram formuladas à medida que ele descobria em si áreas que precisava mudar. Cada resolução era um lembrete diário. Ele as relia semanalmente.
Como um atleta disciplinado e focado em sua missão, Edwards se dedicou em preparar-se para encontrar o Senhor. Não porque achasse que a salvação dependia de suas obras, mas como noiva que não poupa caprichos ao se adornar para o noivo, Edwards se empenhou em cultivar uma vida de piedade para se apresentar diante do Grande Noivo. Seu compromisso com a glória de Deus era tamanho que envolvia não somente o aspecto espiritual, mas todas as esferas de sua vida.

Um dos trechos que mais me marcou fala sobre a preocupação de Edwards com sua alimentação; visto que notava que determinados alimentos após serem consumidos o deixavam mais preguiçoso e indisposto a se dedicar aos estudos e à leitura da Palavra, ele buscava uma alimentação que lhe propiciasse mais disposição física e mental. Será que quando como estou consciente de que esse ou aquele alimento trará mais ou menos benefício para o meu corpo redundando em glória a Deus? Estou ciente dos malefícios que alguns alimentos podem me trazer limitando minha disposição em servir ao Senhor? Trata-se de uma reflexão necessária.

Edwards também tinha um forte senso da importância do tempo, tudo poderia ser recuperado, menos o tempo. Uma vez que prestaremos contas a Deus do uso que fizemos do tempo; Edwards buscava ser zeloso no uso do seu tempo. Isso era algo muito importante para ele. Mesmo falhando em diversos momentos, ele manteve esse foco ao longo de sua vida.

Isso me fez refletir sobre a administração que tenho feito do meu tempo: o tempo gasto no celular, a procrastinação, a negligência, a falta de pontualidade nos compromissos. É algo sério, mas, por vezes, ignorado. Ao fim da vida o que muitas pessoas gostariam é de ter tido mais tempo, mas elas não calculam isso enquanto o tem de sobra. Por isso, precisamos ser mordomos do tempo, assim como das demais coisas que o Senhor nos concede. O exemplo de Edwards me incentivou a iniciar um planejamento diário das minhas atividades. No domingo à noite tenho feito o planejamento da semana – coisas importantes que preciso resolver – e todos os dias e todos os dias antes de dormir, listo tudo o que preciso fazer no dia seguinte, em que ordem farei e quanto tempo (aproximadamente) gastarei em cada atividade, isso inclui o tempo que gastarei no celular. Tem sido muito útil e me ajudado a utilizar melhor o meu tempo. Ainda não está perfeito, mas, aos poucos vou aprendendo.

Edwards também cultivava o hábito de monitorar os seus sentimentos, cada vez que seus sentimentos parecessem desordenados, ele parava e fazia um autoexame. Seus sentimentos lhe serviam de alerta, como escreveu Lawson:
“Sempre que suas emoções estavam fora de forma ‘no mínimo que fosse’, ele se propunha a dedicar um tempo para entender a razão disso. Percebia que uma falta de paz interior serviria como um alarme de que algo estava errado dentro dele. Poderia ser que algum pecado, ainda não diagnosticado, estivesse causando uma falta de contentamento. Poderia ser que ele estivesse falhando em confiar em Deus, sendo por isso, privado de sua alegria interior. Essas condições que alteram as emoções demandavam sua atenção, a fim de que pudesse fazer qualquer correção necessária”.
Edwards buscava estar sempre consciente de suas emoções para não se tornar refém delas. Ele mantinha um olhar atento aos seus sentimentos, a fim de se corrigir se por ventura eles resultassem de algum pecado como a falta de contentamento em Deus. Essa é uma análise sadia e necessária que precisamos fazer diariamente. Precisamos estar conscientes de nossas emoções e orar por elas.
Por fim, a última resolução de Edwards é talvez uma das mais desafiadoras:
“Que haja algo de benevolente em tudo o que eu falar” (resolução n°70, 17 de agosto de 1723). Que seja este um lembrete diário.
No Amor de Cristo,
Prisca Lessa