Estudando o Catecismo.

Pelas próximas 52 semanas irei fazer o Catecismo Nova Cidade. Deixo aqui registrado para desafio pessoal e incentivo, caso alguém queira se juntar a mim. A algum tempo tenho notado que minha capacidade de me concentrar e decorar informações têm sido afetadas, eis aqui uma forma de exercitá-las ao longo da semana. O Catecismo é uma boa forma de decorar as doutrinas centrais das Escrituras. Embora o termo, muitas vezes, não soe muito popular entre nós protestantes, os catecismos fazem parte de nossa tradição protestante, uma prática quase perdida, infelizmente. Catecismos são meios muito úteis para o conhecimento e ensinamento das doutrinas bíblicas, tanto para crianças quanto para adultos. Então, deixo aqui o meu incentivo: use esta ferramenta em seu benefício.

Por que o Catecismo Nova Cidade?

Alguém me fez esse questionamento e acho justo responder. Há vários catecismos que fazem parte da tradição cristã, eu tenho o Catecismo Maior de Westminster e o Heidelbertg, pelo qual tenho especial afeto, pois foi o que usei no meu discipulado para batismo. No entanto, minha escolha pelo Catecismo Nova Cidade se deve, exclusivamente, pelo interesse em estudá-lo e pelo gosto sua linguagem.

Como?

Minha estratégia será bem simples, a cada segunda iniciarei uma nova pergunta e resposta do Catecismo e irei decora-las ao longo da semana. No primeiro dia da semana (domingo) recito e na segunda-feira reinicio o processo. A ideia é que o catecismo seja concluído em 52 e duas semanas. O maior desafio, creio eu, é não somente decorar novas perguntas, mas manter à memória as perguntas e respostas já estudadas, para isso a repetição constante de todas as perguntas e respostas é necessária. Dito isso, vamos à primeira pergunta 🙂

CATECISMO

“Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Romanos 14:7-7)

O que mais chama minha atenção nessa primeira pergunta do catecismo é, primeiramente, no que se baseia a esperança do cristão. Ela não se baseia em vários aspectos: conquistas, sonhos, família, carreira ou bens. Nossa esperança não está no futuro ou no progresso, mas em Deus. Em segundo lugar, me chama atenção o senso de pertencimento. O homem nasce almejando a liberdade, aparentemente, essa é a maior e conquista que alguém pode obter, este é até mesmo um direito universal: a liberdade; não é essa, afinal, a aspiração de todo homem?

No entanto, para aqueles que são chamados por Deus o maior anseio não é ser livre, mas pertencer a Cristo. Como? Sendo escravo de sua vontade. Essa realidade pode parecer chocante, mas é assim que o Novo Testamento se refere aqueles que servem a Cristo: doulos (palavra grega que se refere a escravo). É assim que Paulo se apresenta diversas vezes em suas epístolas, é assim que Tiago se apresenta à igreja. Somos pessoas que não pertencem a si mesmas, pessoas que compreenderam, por meio do Espirito, que não há liberdade à parte de Cristo e que a loucura do Evangelho consiste, justamente, no fato de que para sermos verdadeiramente livres, precisamos nos tornar escravos, escravos do Senhor.

“Pois […] aquele que era livre quando foi chamado [pelo Senhor], é escravo de Cristo.” (1 Co 7:22b)

Em terceiro, pertencemos a Deus de corpo e alma, ou seja, em nossa totalidade. Não há sequer uma parte de nossas vidas que não seja parte dos senhorio de Cristo, não temos qualquer direito sobre nossas escolhas, decisões ou sobre o nosso corpo, estamos sujeitos, de corpo e alma a Cristo.

Não há um único centímetro quadrado, em todos os domínios de nossa … os quais Cristo, que é soberano sobre tudo, não clame: “É meu! (Abraham Kuyper)

Quarto, pertencemos a Deus na vida e na morte. Como disse o apóstolo Paulo: quer vivamos ou morramos, somos do Senhor. Não há lugar ou circunstância em todo o universo que possa nos separar de Cristo, nem mesmo a morte, isso é glorioso, consolador e assombroso. É sobre esta esperança que deve repousar o coração daqueles que estão em Cristo:

Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir,
Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor. (Romanos 8:38,39)

Amém.