.chuva

 bogObservando a chuva escorrer pelos vidros da janela da sala, aquele gole de café lhe pareceu absurdamente amargo e a chuva, intensamente forte, infelizmente não o bastante pra carregar a dor  que a sufocava, nem tão pouco deixar cair as lágrimas guardadas em seus olhos. Já se passara um mês, para ela era como se tivessem passado apenas alguns minutos. De concreto apenas a certeza de que não amaria mais ninguém, não poderia. Na sala, agora tão vazia, ela ainda podia escutar as gargalhadas, sentir o perfume, ouvir os passos. Fechou os olhos, encolhida no sofá, apenas lutou para terminar seu café. Amargo.