Abrindo o Baú.

bau

Nossa, estava lendo a descrição do blog e me dei conta de que ele existe há cinco anos! A verdade é que o tempo escorrega pelos nossos dedos, não podemos contê-lo, mas isso não é algo ruim, pelo contrário, acho que é uma dádiva, como é bom olhar para o passado e ver quantas coisas mudaram, como crescemos, como aprendemos com as experiências vividas.

Em cinco anos, muitas coisas mudaram na minha vida, apesar de não digitar mais textos no blog, eu nunca consegui excluí-lo, não sei, acho que tenho um apego sentimental, mesmo não usando-o como diário, ele me remete a momentos pontuais da minha vida, me faz bem reler os textos, ver como eu pensava há tempos. Muita coisa não mudou, a minha wishlist (lista de desejos) continua ativa, alguns planos foram realizados (inclusive, preciso atualizá-los), enfim, o blog sempre esteve aqui e olhar para o passado quando ele não nos machuca mais é bom, aliás, eu diria que é muito bom pois nos fortalece, nos faz bem.

Bem, e o que tudo isso tem a ver? Por que eu estou aqui escrevendo isso? Pra quem eu estou escrevendo tudo isso? (talvez esta seja a pergunta que eu ainda não saiba responder). A questão é que há muito tempo eu escrevo em cadernos, escrevo textos e mais textos que não são mérito meu, eles são frutos de momentos de oração, comunhão e meditação com Deus, textos estes que há tempos descobri que não me são dados para que eu os guarde para mim, mas para serem passados adiante, a fim de encontrarem corações que buscam as mesmas respostas e o mesmo consolo que eu encontrei nos momentos em que os escrevi. Achei lindo Deus desejar me usar para falar a outras pessoas, a outras mulheres, no entanto, me surgiu um desejo egoísta polido de nobreza: decidi que eu só os compartilharia quando fosse casada para que tivesse mais propriedade. Doce ilusão, Deus me puxou pela orelha e revelou meu desejo egoísta, meu orgulho mascarado e minha autoproteção que nada tinham a ver com a Sua Glória. Então, entendi que o tempo é agora e o dia se chama hoje, que se eu não puder honrar ao Senhor pelo que Ele tem feito em minha vida enquanto solteira, não sou digna de honrá-lo em nenhum outro momento. Então Deus me disse:

“Abra o Baú”

“Mas que baú?” perguntei.

“O seu baú, a vida que eu te dei” e disse mais “Não se envergonhe das tuas cicatrizes”. Foi o bastante para que eu entendesse que não é o que eu quero, nem quando eu quero, mas como Ele quer e que o que Ele tem feito por mim não é para mim, é para uma infinidade de filhas amadas do Pai que estão por aí, ansiosas, tristes, deprimidas, sem compreender o propósito e o amor do Pai por elas. Então, sem nenhuma pretensão, eu quero que o Senhor segundo a sua boa vontade, dê sentido às minhas cicatrizes que nada mais são do que feridas que foram curadas, com muito amor, muita compaixão e dedicação de Deus para comigo.

Deus tem me suprido numa das áreas mais difíceis da minha vida e o mínimo que eu posso fazer é lançar a semente da sua palavra para que ela frutifique em outros corações necessitados. Se você está lendo este texto, espero que volte para ler os outros que estão por vir, a maioria deles já estão escritos, outros ainda virão, meu intuito não é dizer que sou especial, que tenho todas as respostas e que sou forte. Não sou, tenho dúvidas e sou fraca e escrever isto é um grande desafio para mim porque nós não gostamos de mostrar as nossas cicatrizes, são feias, são marcantes.  Eu tenho cicatrizes medonhas nas pernas, sabe o que eu fazia até um ano e meio ano atrás? Maquiava com base, me sentia tão insegura que ficava apavorada só em pensar que elas pudessem ser vistas por alguém, o mais estranho, é que já fiz um tratamento de pele, mas por algum motivo elas continuam aqui, no entanto, hoje elas são minhas amigas, não mais inimigas, fizemos as pazes e hoje elas dizem olá para o mundo sempre que sentem vontade, mas foi um processo longo. Nisso tudo Deus já estava me ensinando a não me envergonhar das cicatrizes, e por isso estou aqui, pois não me envergonho mais das cicatrizes do meu coração, elas estão aqui, mas eu posso exibi-las sem medo e vergonha, já não me humilham mais, e aqui eu quero abrir o baú, e quero simplesmente falar com franqueza coisas que nem sempre se falam, questionamentos que moças solteiras tem ao longo da vida (principalmente aquelas que tiveram a amarga experiência de um relacionamento rompido), um papo aberto. Como eu já disse, eu não sou forte, sou fraca, não sou melhor, sou pior, não sou segura, sou insegura, mas há algo em mim que me faz esquecer o que eu não sou e me torna forte, segura e melhor: essa força vem do meu Senhor, e é por Ele e para Ele que estou aqui e desejo que você também esteja e poderemos falar de coisas do coração, que permanecem no silêncio diante das pessoas, mas não diante do Deus que tudo ouve.

Quero motivar você por aquilo que me motiva, pois faço das palavras do apóstolo Paulo as minhas: “Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece (…) E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir em Cristo Jesus, cada uma das minhas necessidades” (Filipenses 4:11-13,19)

Quero falar de vários assuntos relacionados à nossa alma, mas sempre que eu for falar de experiências passadas vou usar essa tag #abrindoobau pra manter uma sequência.

Qualquer dúvida estou a disposição e creio que será uma experiência abençoadora de ambas as partes.

“Um pode incrível é liberado quando abandonamos os grilhões da MARGURA, do MEDO e da VERGONHA para mostras as cicatrizes ao mundo” Sharon Jaines

Com amor,

Prisca