SOLUS CHRISTUS

POR QUE SOMOS PROTESTANTES?


SOLUS CHRISTUS


“Cristo não tinha dinheiro, ou riquezas, ou um reino terreno, pois ele concedeu tais coisas aos reis e príncipes. Mas ele reservou uma coisa peculiarmente para si mesmo, que nenhuma criatura humana ou anjo poderia fazer – a saber, a conquista do pecado e da morte, do diabo e do inferno, e em meio à morte, libertar e salvar aqueles que, através da sua palavra, creem nele”. — Martinho Lutero

Enquanto a posição Católica Romana argumentava que a justiça do homem deve cooperar com a justiça de Deus. Os reformadores protestantes argumentaram em favor de uma justiça imputada, em que o homem é declarado totalmente justo mediante o sacrifício de Cristo, à parte de quaisquer obras humanas.

Sendo assim, para ser salvo, o homem deve receber a justiça de Cristo, aquele que satisfez, de uma vez, a todas as exigências da Lei.

Uma vez que qualquer mérito humano é insuficiente para satisfazer as exigências de Deus, o mérito de Cristo é o único eficaz para justificar pecadores.

Portanto, a obra de Cristo é a única opção para a justificação do homem. É somente em sua morte e em sua vida que obtemos expiação de nossos pecados e recebemos a justiça que satisfaz a vontade de Deus.

Conforme escreveu Lutero:
“‘Só há um Deus’, diz São Paulo, ‘e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos’. Portanto, que nenhum homem pense se aproximar de Deus ou obter graça dele sem esse Mediador, Sumo Sacerdote e Advogado. Segue-se, assim, que não podemos através de nossas boas obras, honestidade de vida, virtudes, penitências, santidade ou através das obras da lei, apaziguar a ira de Deus ou obter perdão dos pecados; e que todas as penitências dos santos são completamente rejeitadas e condenadas, de maneira que, através delas, nenhuma criatura humana pode ser justificada diante de Deus. Ademais, nós vemos o quão feroz é a fúria de Deus contra os pecados, vendo que através de nenhum outro sacrifício ela poderia ser apaziguada e aplacada se não pelo precioso sangue do Filho de Deus”.

Cristo é o ÚNICO Mediador entre Deus e o homem. Nenhum homem pode se achegar a Deus se não por meio de dEle. Pouco importam suas boas obras, elas não têm qualquer valor para a salvação.

Cristo Mediador
Os reformadores reafirmaram que Jesus é o único mediador entre Deus e o homem.
Mas, o que significa tal afirmação? Afinal, o que é um mediador?
A função de um mediador é trazer reconciliação entre duas partes distantes. Jesus é o mediador entre as partes distantes que são Deus e o homem. De fato, somente o Filho de Deus pode efetuar essa reconciliação.

Jesus não apenas morreu para a nossa justificação, mas também viveu para a nossa justificação. Desde o seu nascimento até sua morte, Ele obedeceu ativamente a cada letra da Lei e viveu uma vida de perfeita obediência. Aqueles que são justificados por Cristo recebem a imputação dessa perfeita justiça.

Portanto, a justificação é uma dupla imputação, na qual os nossos pecados são imputados a Cristo, e a sua justiça é imputada a nós. Logo, assim como Cristo tomou sobre si os nossos pecados e se fez maldição em nosso lugar, somos, agora, revestidos por sua justiça perfeita, suas obras são creditadas a nós e se tornam as nossas obras diante de Deus, pela fé.

Enquanto a Teologia Católica colocava o homem no centro: suas obras, seu desempenho, sua salvação e seus sacrifícios para obter favores da parte de Deus. A Reforma colocou Cristo no centro. Em vez de olharmos para nós mesmos em busca do favor de Deus, olhamos para Cristo e encontramos esse favor. Nessa perspectiva, o centro da religião não é o homem, mas Cristo somente. Não é quanto o homem precisa fazer, mas o quanto Cristo fez. Não é sobre o quanto nos sacrificamos, mas o quanto Ele se sacrificou. Logo, a glória não é do homem, mas de Deus.

Assim, ao declarar solus Christus, nós, protestantes, reconhecemos nossa incapacidade de obter a salvação por nossos próprios esforços e desempenho. Afirmamos que Cristo é a nossa única esperança, o único meio para a salvação, e o único Mediador entre Deus e o homem.

A Igreja não detém esse poder, nenhum líder religioso detém esse poder e nenhuma obra humana é capaz de realizar essa mediação. Além disso, afirmamos que o sacrifício de Cristo é suficiente para a nossa salvação, não necessitando de nenhum acréscimo de nossa parte, ou de qualquer outro. Tal sacrifício é definitivo, eficaz e não pode ser invalidado, nem agora, nem nos tempos vindouros.

Solus Christus!