QUEM É DEUS?

CATECISMO (1)

Deus é o criador e sustentador de todos os seres humanos e de todas as coisas. Ele é eterno, infinito e imutável em seu poder e sua perfeição, em sua bondade e glória, em as sabedoria, justiça e verdade. Nada acontece, exceto por meio dele e por sua vontade. (Catecismo Nova Cidade)

DEUS É O CRIADOR

Deus é o Criador. Se cremos nas palavras proferidas em Gênesis 1, então cremos que Deus é o Criador de todas as coisas que existem. Bem, se tudo o que existe foi criado por Deus, logo, todas as coisas existentes se encontram na condição de criaturas. Portanto, se tudo o que há no mundo é parte da criação de Deus, logo entendemos que Deus se distingue de tudo o que existe, primeiramente porque Ele é o único ser não criado. Assim, se, de fato, cremos na narrativa de Gênesis, então, cremos que Deus se encontra em um nível elevado que o diferencia totalmente de Sua Criação. Ele não é a criação e nem pode ser comparado a ela. Deus transcende todas as coisas criadas.

Em segundo lugar, é preciso que essa distinção, entre o Criador e a criação, esteja bem clara em nossas mentes: Deus não é a criação e a criação não é Deus. Deus não é a natureza, como afirmam os panteístas, e a natureza não é Deus. Deus é a origem de todas as coisas, mas, Ele mesmo não possui origem, Ele é.

O fato de Deus ser o Criador também traz uma implicação muito importante: aquele que cria é o dono da coisa criada, logo Deus não é somente o nosso Criador, mas também o nosso dono. “Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra? ” (Rm 9:21), basicamente, nas palavras do apóstolo Paulo, o Criador tem total direito de fazer o que bem entende com suas criaturas, em outras palavras: Deus não deve nada a ninguém. Deus não deve explicações e justificativas, Ele não deve qualquer tipo de bênção ou graça aos homens. Ele tem total autonomia para agir no mundo e na vida de suas criaturas conforme sua vontade. Portanto, se por alguma razão, mesmo sem pronunciar tal pensamento, acreditamos que por sermos “bonzinhos” Deus tem algum tipo de dever para conosco, estamos redondamente enganados, Ele não tem. Nós é que pertencemos a Deus, existimos para a Sua vontade.

DEUS É O SUSTENTADOR

Você já ouviu falar do Deísmo? O Deísmo é uma cosmovisão que, embora creia na existência de Deus, afirma que Deus fez o mundo, mas não interfere e interage na criação. Em outras palavras, tal como um relojoeiro que dá a corda no relógio que criou e o abandona para funcionar por “seu próprio mecanismo”, Deus que criou o universo, e o abandonou para ser regido, meramente, pelas leis da natureza.

Mas, nós, teístas, cremos no Deus que é transcendente, isto é, está acima da realidade da Criação, e, ao mesmo tempo imanente, Ele age, intervém e se relaciona pessoalmente com a criatura, e se manifesta na sua Criação. Ele é o Deus que o universo não pode conter e é, ao mesmo tempo, o Deus que está conosco, o Deus Emanuel. Portanto, crer que Deus é o sustentador do mundo implica em crer que Ele intervém no mundo.

Deus está além de nós, mas também junto de nós. O Deus transcendente, cuja terra é o estrado dos seus pés, é também o Deus se fez homem e sustenta cada grão de areia, cada lírio, cada bebê no ventre de sua mãe e todo ser que vive. Ele está presente, manifesta sua existência e se move em sua criação; nós existimos e nos movemos nEle.

DEUS É O MEDIADOR

Nada acontece, exceto por meio dele. Essa afirmação pode ser um tanto problemática dependendo daquilo que se crê a respeito de Deus. Se nada acontece, exceto por meio de Deus, o que dizer dos males que assolam o mundo? O que dizer das injustiças? Onde Deus está quando todas essas coisas acontecem? Por não compreenderem a soberania de Deus muitos afirmam que se Deus não impede o mal é porque Ele não pode controla-lo totalmente, deve existir algum tipo de lei (livre arbítrio, como alguns dirão) que impede que Deus intervenha e impeça o mal.

O Deus que tal visão apresenta, me parece um Deus aprisionado por sua própria criação, um Deus que está sujeito às “leis” da natureza e dos homens, um Deus que está limitado em sua força e em sua vontade. Um Deus amordaçado. Contudo, se todas as coisas acontecem por meio dEle, é fato que, embora não compreendamos como o mal subsiste, cremos que Deus está no controle de todas as coisas. Tal como Satanás não pôde intentar contra a vida de Jó sem antes apresentar-se diante do Soberano, nada no mundo acontece sem que Ele assim o permita.

Conciliar isso com os atributos de Deus não é tarefa fácil, mas, por mais difícil que seja, é importante que compreendamos isso, pois, se negarmos que Deus tem o controle absoluto de todas as coisas, logo, afirmamos que Sua vontade pode ser contrariada, e, se assim for, temos um grande problema. Se algo, uma partícula que seja, puder contrariar a vontade de Deus, então, Deus não é soberano, Ele não está no controle. E se Deus não está no controle de tudo, então, Ele não está no controle de nada, negamos seus atributos eternos e imutáveis, negamos quem Ele afirma ser em Sua Palavra.

OS ATRIBUTOS DE DEUS

Ao pensar sobre Deus devemos pensar também sobre seus atributos, sua infinitude, sua imutabilidade, sua perfeição, sua bondade, sua glória, sua sabedoria, sua justiça e verdade, entre tantos outros atributos sobre os quais nem mesmo a eternidade será suficiente para descobrirmos. O ser de Deus é algo muito além de nossa capacidade de compreensão, ao tentar responder quem é Deus não se pretende reduzir Deus a uma definição simplória, é tão somente a humilde e falha tentativa humana de compreender, ao menos um pouco, quem é o Criador de todas as coisas.

 

No Amor de Cristo,

Prisca Lessa