5 FORMAS COMO O FEMINISMO TEM TE INTOXICADO (4)

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3. Relação com os homens

 “Algumas de nós estamos nos tornando os homens com quem queríamos nos casar” (Gloria Stein, feminista da década de 70)

“Uma mulher precisa de um homem da mesma forma que um peixe precisa de uma bicicleta” (Irina Dunn, feminista australiana)

“Agora que as mulheres não precisam dos homens para ter filhos e prover seu sustento, a pergunta é: queremos tê-los aqui? E a resposta: precisamos deles da mesma forma que precisamos de sorvete, sabe? Eles de um jeito mais enfeitado” (Maureen Dowd, autora do livro Os Homens são Necessários?)

“As mulheres talvez não considerem isso uma surpresa, mas um dos problemas mais persistentes e frustrantes a biologia evolutiva é o macho. Por que eles simplesmente não somem?” (Natalie Angier, autora e jornalista americana)

O Feminismo desde sua origem tem identificado os homens como o principal problema das mulheres. Ele se desenvolveu em torno desta ideia: os homens são os opressores e as mulheres, as oprimidas; os homens, os vilões, e as mulheres, as vítimas. Após séculos de opressão, o Feminismo propõe: “agora é que são elas”. Mais do que pôr fim a opressão, a ideia é intimidar os homens mostrando que as mulheres estão com força total, prontas para o combate.

Antes de falar sobre como o Feminismo tem influenciado em nossa relação com os homens, preciso admitir que nem tudo o que o Feminismo diz é uma mentira por completo. Por vezes, ele enxerga o problema (efeito), mas é incapaz de prover uma solução eficaz por desconhecer a causa original. A opressão é um exemplo disso, ela, de fato, existiu e ainda existe, mas não como causa, e sim, como efeito. Essa é uma distinção importante, principalmente para nós, cristãs, pois, compreendemos que a causa da opressão é o pecado. Tentar combater simplesmente a opressão é ignorar a raiz do problema, é como passar um medicamento sobre a pele quando o real problema está dentro dos ossos. Vale salientar também que nem tudo o que o Feminismo define como opressão de fato é, portanto, aqui me refiro à real opressão sofrida por muitas mulheres.

Admitir que ao longo da História mulheres foram – e muitas ainda são – oprimidas não nos torna feministas, estamos apenas atestando um fato real que pode ser comprovado. Se voltarmos para a Grécia Antiga, por exemplo, veremos que a mulher era vista como um ser inferior ao homem, cuja função era somente a reprodução:

 “A convicção de que os machos eram os únicos criadores da vida, fornecendo a ‘semente’, enquanto as fêmeas participavam apenas com o ‘solo’, enfatizou o status inferior da mulher”[1]

“Os homens deveriam produzir filhos em outro lugar, e não deveria existir a raça feminina” (Jasão, herói de Eurípedes)

Chama a atenção o fato de que a opressão contra as mulheres ocorre majoritariamente em regiões que receberam pouca ou nenhuma influência do Cristianismo. Em muitos lugares a mulher não possui direitos, voz, escolha; ela não pode estudar e sofre calada abusos que em muitas culturas são legalizados. Nós como cristãs não concordamos com isso, antes, condenamos com veemência, pois, toda opressão fere o princípio que Deus estabeleceu para o mundo.

Deus, em Sua infinita sabedoria, estabeleceu uma belíssima relação entre homem e mulher, mas, essa relação foi radicalmente afetada. O pecado destruiu a harmonia estabelecida por Deus na Criação. Uma das maldições que o pecado nos trouxe foi a opressão do homem em relação à mulher. Ao invés de uma liderança amorosa e servil – como a de Cristo, muitos homens passaram a usar sua força e autoridade para subjugar as mulheres das piores maneiras possíveis. Essa é uma das razões pela qual a submissão é tão mal interpretada por aqueles que não conhecem as Escrituras. Mas, apesar do pecado, o mandamento de Deus não foi invalidado; apesar do pecado – e a dificuldade que ele traz para homens liderarem em amor e mulheres se submeterem – Deus ainda ordena que seus preceitos sejam cumpridos.

“Em nenhuma parte a Bíblia diz que os homens são mais conformes a imagem de Deus do que as mulheres. Homens e mulheres compartilham em pé de igualdade o tremendo privilégio de serem conforme a imagem de Deus. Dessa forma corrige quase imediatamente os erros da dominância e da superioridade masculina que surgiram como resultado do pecado, encontrados em quase todas as culturas na história da humanidade. Onde quer que os homens sejam considerados superiores às mulheres, onde quer que os maridos se comportem como ditadores egoístas, onde quer que as mulheres sejam proibidas de trabalhar fora, ou de votar, de possuírem propriedades ou de receberem instrução, onde quer que as mulheres sejam tratadas como inferiores, onde quer que exista abuso ou violência contra as mulheres, ou estupro, ou infanticídio feminino, ou ainda poligamia e haréns, a verdade bíblica sobre a igualdade à imagem de Deus está sendo negada. A todas as sociedades e culturas onde essas coisas ocorrem, precisamos proclamar que bem desde o começo, a Palavra de Deus testemunha de modo essencial e irrefutável contra esses males.” (Wayne Grudem)

Quando um homem não tem o temor do Senhor em seu coração, ele usa o dom de Deus para ferir a seu próximo e desonra-Lo; isso não se restringe ao sexo masculino, mas, afeta a toda a humanidade.

Séculos de males causados por homens ímpios deixaram feridas abertas no coração de muitas mulheres e, agora, propõe-se que os homens paguem por isso: é hora de dar o troco, descartá-los e dizer: “Não precisamos de vocês! Sumam!” Ainda que o Feminismo tente negar, ele tem reproduzido a mesma mentalidade de desprezo à mulher, no passado, agora, direcionada aos homens. Talvez as mulheres não possam oprimir os homens pela força, mas elas estão fazendo isso em diversas esferas da sociedade.

A cultura tem se empenhado em dizer que não precisamos dos homens, não precisamos que eles nos protejam, não precisamos do seu sustento. Se para os gregos a mulher era um mal necessário que só servia para a reprodução, hoje os homens têm sido alvo do mesmo pensamento: “as mulheres não precisam dos homens para nada. Elas podem fazer seus filhos sozinhas (produção independente) e criá-los muito bem”.

Como eu disse no início do texto, não devemos negar nem minimizar a opressão sofrida por tantas mulheres. Mas, também não devemos abraçar a ideia feminista de que homem nenhum tem valor; que todos os homens devem ser temidos e vistos como possíveis estupradores[2]. Nem todos os homens são inimigos a serem evitados ou pessoas que não merecem nossa confiança. Fujamos das generalizações. Fujamos das conversas de banheiro em que o assunto principal é falar mal dos homens; classificando-os em estereótipos como: machistas, abusadores, infantis, mulherengos, afeminados e etc.

Não devemos deixar que a guerra dos sexos nos influencie. Devemos amar e incentivar nossos irmãos a serem homens de verdade, homens honestos, generosos, cuidadores a fim de mostrar ao mundo que em Cristo a opressão é vencida. A solução para a opressão não é deixar os homens de canto ou emasculá-los, mas fazer com que olhem para Cristo em aprendam através de seu exemplo. Devemos nos lembrar que a nossa luta não é contra carne nem sangue, mas contra forças espirituais.

Ao mesmo tempo em que o Feminismo ataca os homens, ele cria falsas expectativas em relação a eles. Hoje as mulheres exigem mais dos homens – e, talvez por isso tenham tanta dificuldade em casar –; elas não querem apenas um homem trabalhador, honesto e respeitoso, elas querem isso e mais: um homem sensível (quase como uma de suas amigas), um homem que saiba cozinhar, lavar, passar e cuidar de crianças, que não seja exigente com os deveres domésticos e de preferência que esteja disposto a substituí-la no lar enquanto ela ganha o mundo. Hoje para que um homem seja interessante em nossa cultura, no mínimo, ele deve se dizer feminista (quão triste é ouvir um homem dizer isso ☹). O mais triste é que muitas moças cristãs têm colocado esses itens em suas listas de prioridades. Diante disso, a pergunta que devemos nos fazer é: esses aspectos constam na Bíblia? Não. E eu estou certa de que se eles fossem prioritários, o Senhor os teria colocado, mas, Ele não o fez. O grande problema é que, ao invés de deixarmos as Escrituras pautarem a nossa escolha, temos deixado que o mundo faça isso com suas vãs filosofias.

Quando olho para a Bíblia, ela me orienta a buscar num homem com as seguintes qualidades: irrepreensível, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não violento, cordato, inimigo de contendas, não avarento; alguém que governe bem a própria casa, que crie os filhos sob a disciplina, com todo o respeito; que tenha um bom testemunho, respeitável, homem de uma só palavra (I Tm 3:28); não ganancioso, não arrogante, não irascível, não violento, justo, piedoso, que tenha domínio de si, apegado à palavra fiel (Tt 1:6-9). Essas são qualidades que tornam um homem apto para servir à obra de Deus, essas características não são exclusivas para pastores, presbíteros ou diáconos. Este é o padrão para todo homem cristão e se um homem cristão possui essas características e vocação para o ministério, então, ele está apto para exercê-lo. Esse é o tipo de homem que devemos buscar. Não o homem perfeito, mas aquele que deseja se parecer a cada dia mais com Cristo

Se um homem ama a Cristo, o padrão dele não será o Rodrigo Hilbert, será Cristo, e isso é infinitamente melhor! Muitas têm exigido dos homens mais do que a Bíblia exige deles e deixado passar virtudes cristãs só porque o rapaz não é sensível como o autor X ou Y ou não possui outras características secundárias.  Precisamos reavaliar os nossos padrões e ver aquilo que tem nos guiado.

Admito que o Feminismo tem se empenhado em colocar muitas mulheres contra os homens, por outro lado, existem muitas mulheres que não confiam nos homens por razões muito mais sérias. Mulheres que foram feridas, abusadas, abandonadas e magoadas por homens que não assumiram a responsabilidade de exercer seu papel como deveriam. Pode ser que você seja uma delas… Talvez você tenha sido ferida por um homem e a mágoa insiste em dizer que você não deve confiar em nenhum deles, pois, todos os homens são iguais. Se este é o seu caso, minha querida, te convido a depositar suas frustrações e julgamentos aos pés da cruz. Há um bálsamo em Gileade que cura todas as nossas feridas. Não deixe que sua vida seja orientada pela mágoa, busque restauração hoje. Há um caminho para você, Cristo te espera, confesse e entregue a Ele as tuas dores e seja curada, em nome de Jesus.

Mas, se você, assim como eu, não passou por experiências traumáticas, relacionadas a algum homem; teve um pai presente e amoroso, provavelmente, o discurso feminista contra os homens não te influencia diretamente. Ouvir as frases odiosas proferidas por algumas mulheres contra os homens pode não fazer sentido, mas precisamos aprender a ouvir e nos colocar no lugar do outro. É verdade que muitas mulheres, principalmente as mais jovens, são apenas papagaios repetindo o que ouvem de outros, mas há aquelas – feministas radicais ou não – que desprezam os homens porque foram vítimas e isso as tornou quem são hoje: pessoas amarguradas, inseguras, desconfiadas… Elas precisam conhecer o amor de um homem para serem curadas de seus medos. Não o amor de qualquer homem, mas o único amor capaz de preencher o vazio da alma e sarar as nossas feridas: o amor de Cristo. Aquele que não feriu, antes foi ferido. Aquele que foi verdadeiramente oprimido pelos nossos pecados, e conhece a dor da opressão, da traição, do desprezo. Elas precisam ouvir falar deste Cristo.

Antigamente, eu passava muito tempo debatendo e tentando convencer feministas por meio de uma boa argumentação. Até que entendi que o que uma feminista mais precisa não é deixar de ser feminista, mas conhecer a Cristo, o Cristo da cruz. Ela precisa ser primeiramente evangelizada. Ao invés de debater para tentar convencê-la que o Feminismo está errado, o primeiro passo é pregar o evangelho. Por melhores que sejam meus argumentos, enquanto o evangelho não fincar raízes no coração dela, ela não será convencida. A coisa mais urgente na vida dessas mulheres é que conheçam o Evangelho e nós somos instrumentos para isso. Por isso, quero te desafiar a apresentar esse homem perfeito que nós conhecemos e temos o privilégio de nos relacionar: Jesus.

Mas, e quanto às “feministas cristãs”?

As “feministas cristãs” também precisam do Evangelho, talvez elas ainda não tenham sido devidamente discipuladas. Há lacunas importantes no conhecimento que elas têm das Escrituras e estas lacunas precisam ser preenchidas para que possam ter uma cosmovisão devidamente cristã. Muitas delas têm sido influenciadas por professores e colegas não cristãos e têm deixado de lado a autoridade das Escrituras para serem aceitos pelo mundo. Se você convive com uma delas, saiba que, embora ela possa ser hostil às suas tentativas de corrigi-la, ela precisa do seu auxílio. E esta pode ser uma excelente oportunidade de desenvolver o fruto do Espírito: exercite o amor, a paciência, a mansidão e ore para que o Senhor aja na vida dela.

Concluindo, meu desejo é que você possa buscar relacionamentos saudáveis com os homens que o Senhor colocou à nossa volta. Não deixe que o Feminismo molde sua conduta e suas opiniões a respeito dos homens, mesmo diante do pecado deles. Os homens não são mais pecadores que as mulheres, ambos precisam desesperadamente da graça de Deus. Que o Senhor também te auxilie na sua escolha, que seus critérios não sejam mundanos, mas bíblicos, busque um homem que se espelhe em Cristo e você encontrará amparo. E, por fim, que possamos ser instrumentos de Deus para alcançar mulheres que buscam no Feminismo a solução para os males enfrentados por elas. Que através de nós, o amor de Cristo as alcance e elas encontrem nEle o perfeito amor e a perfeita justiça.  Que Deus te abençoe.

No amor de Cristo,

Prisca Lessa

[1] CUNNINGHAM e HAMILTON, 2004, p.90

[2] Na ótica da depravação total, de fato, todos os homens e mulheres tem potencial para fazer as piores coisas, o que os restringe é a graça comum que se manifesta por meio de leis inscritas no coração dos homens (moral) e por meio da educação e das leis humanas.