Não é porque não tenho um amor meu,
eternamente meu,
que vou sair por aí dizendo
que não acredito no Amor:
se o oceano não cabe num copo
a culpa não é do oceano,
mas do copo pequeno demais para contê-lo.
Como o Fiel repete o credo
diante do perseguidor,
lutando contra a realidade,
esperando contra a esperança,
com uma fé de criança
deixo que fale a saudade
na frase que sei de cor:
– Bom dia, Amor!
Se o céu é de quem crê,
eu acredito em você:
– Bom dia, Amor!
Sei que me chamam de tola,
sonhadora e inconsequente,
mas quem sabe da gente
é a gente,
não é, Amor?
Brinque comigo o destino
eu farei da dor um hino,
cada manhã repetindo:
– Bom dia, Amor!
(Myrtes Mathias)