O que há de errado em ser solteira?

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Trecho retirado do capítulo: “Aconselhando mulheres insatisfeitas por estarem solteiras”, do livro “Mulheres ajudando mulheres” – Elyse Fitzpatrick e Carol Cornish, editora CPAD [vale muito a pena ter esse livro para si e para auxiliar a outras mulheres].

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Quando uma mulher está lutando com sua solteirice, ela pode estar fazendo a si mesma algumas das declarações listadas abaixo – declarações que dizem em resumo: “Sou defeituosa”.

“Sou defeituosa, há algo errado comigo”. Esta declaração é muitas vezes apoiada pela igreja quando casamento é considerado como um meio de tornar a vida da mulher completa.

“Não me acerto com pessoas da minha idade”. Ouço frequentemente de mulheres com trinta e quarenta anos, cujas amigas estão todas casadas e têm filhos. Quanto mais a mulher se concentra na sua condição de solteira, tanto mais compreende que tem preocupações e prioridades diferentes das amigas casadas.

“Devo estar fora da vontade de Deus. Ele está impedindo o casamento por causa de algum pecado em minha vida”. Esta declaração feita por mulheres que acreditam que o seu comportamento determina se Deus vai amá-la ou não. Elas são no geral perfeccionistas, pensando que Deus vai reter a sua bênção até que tudo esteja em ordem na sua vida.

“Sinto-me infantil por não estar casada”. Esta mulher sente que não cresceu porque não tem sua própria família. Ela não se sente confortável por ser “a mulher de sobra”. Pode estar pensando que a vida está se esgueirando enquanto ela espera encontrar “o homem certo”.

“Devo ser incapaz de lidar com o casamento e as relações familiares”. Algumas mulheres pensam que Deus está impedindo que se casem porque sabe que elas não saberiam lidar bem com a responsabilidade.

“Sou um fracasso como pessoa!” Esta mulher diz a  si mesma que na escada da vida o próximo degrau é o casamento e ela não consegue alcança-lo. Ela se sente um fracasso porque o casamento é a “norma”, mas não para ela. Isso é um reflexo pessoal sobre ela.

“Estou desperdiçando a minha vida. Se eu apenas fosse casada…” A espera desanimou esta mulher a ponto de ela crer que o casamento resolve tudo. Todavia, quanto mais espera, tanto mais a vida parece passar por ela. O casamento tornou-se todo o seu propósito de vida.

“Eu cresceria mais como cristã se tivesse um bom marido para me ajudar espiritualmente”. Esta mulher colocou a responsabilidade de sua relação com Deus sobre um marido. Isto indica a sua falta de compreensão do termo relacionamento mútuo.

“Deus não é o que diz ser”. Depois de questionar a si mesma durante tanto tempo, está mulher decidiu questionar agora o caráter de Deus. Ela se tornou amarga, culpando a Deus por não fazer o que ela quer que Ele faça a seu favor.

Em cada uma dessas declarações, o alvo da mulher é claramente casar-se. Ela passou a acreditar que o casamento satisfaria todas as suas “necessidades”. O casamento é visto como a fonte de toda paz, alegria, amor, conforto, força, felicidade, segurança, confiança, satisfação, e assim por diante. A mulher solteira com a perspectiva errada irá pensar que casamento pode oferecer as coisas que, na verdade, só Deus pode conceder. Desse modo, o casamento se torna o seu deus. Ela vive para ele, ela o aprecia e espera que chegue a sua vez. Deus chama isso de idolatria.

Ser solteira é um dom positivo. Em I Co 7:7, o apóstolo Paulo afirma que ser solteiro é um dom de Deus, assim como o casamento também o é. Ambas as coisas são boas e Deus pode ser glorificado em qualquer uma delas. A dependência de Deus é essencial para que as duas situações possam ser vividas fielmente. A condição de solteiro deve ser considerada como boa, e não ruim como todos acreditam.

A mulher que não é casada tem a capacidade, pela graça de Deus, de honrar o Senhor com sua vida. Se ela pode dar glória a Deus agora, poderá também pelo resto da vida.

A identidade da mulher está arraigada em Cristo e não no casamento. A mulher deve obter identidade apoiada em sua comunhão com Deus e não no seu papel de esposa. A mulher que acredita que o casamento irá dar-lhe uma identidade entristece o Senhor, que lhe dá o casamento ou a condição de solteira como um dom. “Toda boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação” (Tg 1:17). A mulher solteira deve confiar em que o Senhor lhe dará um companheiro ou força para continuar como está.

O contentamento não depende das circunstâncias, mas do relacionamento com Cristo. Paulo afirma claramente que o contentamento só vem por meio de Cristo. No Salmo 21:1, Davi declara: “O Senhor é o meu pastor: nada me faltará”. Ele passa a explicar como o seu Pastor supre todas as suas necessidades. A gratidão de Davi a Deus por dar-lhe amorosamente tudo o que precisava produziu paz e contentamento que não foram afetados pelas circunstâncias.

A mulher é completa em Cristo. É dito sempre aos solteiros que o casamento os “completa”, fazendo com que os que permanecem solteiros se julguem “incompletos” até que se casem. Este desejo de ser “completa” pelo casamento faz com que a mulher se case pelas razões erradas. Ela estará casando porque precisa obter algo do casamento, ou para que possa conceder e servir?.

Em Colossenses 2:9,10 Paulo fala que todo crente é “completo” em Cristo: “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. E estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo o principado e potestade”. Todo crente torna-se completo pela obra de Cristo em sua vida.

A mulher solteira pode interpretar mal seu desejo de comunhão com Deus como sendo vontade de ter um marido, filho, ou qualquer outra coisa que ela acredita que lhe dará completa e total satisfação aqui na Terra. Devemos lembrar que as Escrituras nos dizem que haverá sempre um anseio em nosso coração que só será satisfeito quando formos glorificados na presença do Senhor:

“Por que sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm 8:22,23).