Feminismo: o que a Bíblia tem a dizer? (Final)

Enquanto as feministas não cristãs desqualificam a Bíblia e a definem como um livro machista e sexista, as feministas cristãs tentam defendê-la dizendo que Jesus veio para abolir os papéis de homens e mulheres e que Paulo era machista e não compreendeu o pensamento de Jesus. Primeiramente as palavras do apóstolo Paulo, uma vez que foram inspiradas por Deus têm o mesmo peso que as palavras de Jesus e a Bíblia não se contradiz. A Bíblia não parte para um extremo e nem outro. A concepção de machismo vem da nossa cultura e não da Bíblia. A Bíblia mostra de Gênesis a Apocalipse que homens e mulheres são igualmente valiosos pra Deus e de fato numa época em que os valores das Escrituras haviam sido deturpados Jesus veio pra iluminar a mente das pessoas. E Ele, amou as mulheres e lhes deu oportunidade de aprenderem, de se aproximarem dele, ele as defendeu das injustiças sofridas.

Naquela época as mulheres não podiam sequer frequentar os mesmos espaços que os homens, entretanto:

– Muitas mulheres andaram com Jesus.

– O testemunho de mulheres não era validado, e ainda assim foi por meio delas que a noticia da ressurreição foi anunciada.

– O livro de Atos relata reuniões de adoração com a presença de mulheres, muitas delas abriram as portas de suas casas para acolher a igreja.

– Paulo é considerado progressista pela maioria dos estudiosos, pois além de incluí-las em suas epístolas, ele tece três vezes mais elogios às mulheres do que aos homens, mostrando seu reconhecimento; ele se mostra favorável ao ensino da doutrina bíblica para as mulheres.

Muitas feministas usam como argumento de machismo a passagem da mulher pega em adultério. Mas esse texto é interessante porque com certeza a mulher não estava sozinha quando foi pega em adultério, porém, ela foi a única a ser levada para apedrejamento. A atitude daqueles homens não foi uma atitude baseada na Lei, embora eles afirmassem isso, pois, Lv 20:10, Dt 22:22 diz que em caso de adultério tanto o homem quanto a mulher deveriam ser mortos, mas não foi assim que eles agiram.

Ou seja, o problema não estava na Lei, mas na interpretação pecaminosa que eles estavam fazendo dela. E esse problema é o mesmo dos nossos dias, o problema definitivamente não é a Bíblia, mas a forma como muitos olham para ela buscando satisfazer seus interesses pessoais. Portanto, é preciso cuidado para que, na ânsia de defender os direitos das mulheres ou acusar os erros dos homens, não usemos a Bíblia como arma de guerra contra os outros. Temos que ser leais ao que a Bíblia diz, mesmo que isso seja contra a cultura. O homem tem que ser um líder gentil e amoroso, mesmo que isso seja considerado coisa de homem fraco pela sociedade e a mulher deve ser submissa e auxiliadora ainda que isso seja coisa de mulher oprimida para o mundo. A Bíblia não nos dá margem para extremos.

Jesus é o maior exemplo de liderança, é esse tipo de liderança que Deus deu a Adão no principio. A sujeição de Eva era a mesma sujeição da igreja a Cristo. Embora Cristo seja o nosso cabeça, nós nos sujeitamos a Ele porque o amamos e não por medo, não por opressão.

A única saída que as feministas cristãs encontram no fim das contas é negar a autoridade e a inerrância das Escrituras ao afirmar que ela foi escrita a partir de pressupostos machistas, mas ao fazer isso elas relativizam a Palavra de Deus, esse é um caminho muito perigoso. Não há dúvidas (e nós não devemos ter dúvidas) de que a Bíblia estabelece a liderança masculina.

I Co 11:3 “Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem o cabeça da mulher, e Deus o cabeça de Cristo”

A palavra grega “kephale”; assim como a cabeça é o membro que governa todo o corpo, Paulo usou esta palavra de forma figurada para referir-se a autoridade. Embora Cristo não seja inferior ao Pai, na encarnação ele voluntariamente escolheu submeter-se ao Pai em seu papel de Salvador. Portanto, a mensagem desse texto é que: assim como Cristo é submisso ao Pai (Jo 4:34; 5:30; 6:38; 1 Co 3:23; 15:24-28), os cristãos devem se submeter a Cristo e as mulheres devem ser submissas aos homens porque essa é a ordem que deus estabeleceu. Esses três níveis de submissão são inseparáveis.

I Pedro 3:7 – fala tanto sobre submissão quanto sobre companheirismo entre homens e mulheres. Esse texto é odiado pela maioria das feministas porque se refere à mulher como sendo vaso mais frágil. E as feministas lutam contra qualquer estereótipo de fragilidade. Paulo começa (v.1) falando às mulheres para que sejam submissas e conclui falando aos maridos para que vivam a vida comum do lar, isso se refere a dois aspectos: tanto no sentido da relação marido e mulher, ou seja, se envolvimento, diálogo, atenção, sensibilidade (porque a mulher é mais sensível a isso) e também no sentido da relação doméstica, isto é, auxílio naquilo que diz respeito ao lar. A Bíblia não é contra a participação do homem na vida doméstica, mas não é isso que o feminismo propõe, ele propõe uma imposição ou até mesmo uma troca de papéis. Pedro também afirma que a mulher é o vaso mais frágil e por isso necessita dessa sensibilidade e auxílio por parte do homem. Mas ser frágil não significa ser inferior – algo frágil requer maior proteção, cuidado e zelo – isso fica claro porque Pedro ressalta que a mulher deve ser tratada com dignidade porque, assim como o homem, ela é herdeira da mesma graça de vida.

Ser frágil nada tem a ver com ser inferior, Pedro colocou fragilidade e dignidade lado a lado.

A Bíblia atribui ao homem a maior responsabilidade e isso é uma bênção para as mulheres. Eu ouvi certo pastor dizer que ser líder é um fardo muito pesado, tão pesado que Deus não o pôs sobre os ombros das mulheres. Deus vai cobrar dos homens a sua liderança no lar e na sociedade e as mulheres deveriam ser gratas a Deus por trem sido poupadas de tamanha responsabilidade.

Quando se fala em submissão, a maior parte das pessoas torce o nariz e atribui a essa palavra uma conotação negativa, geralmente ligada à inferioridade, entretanto, é preciso lembrar que Jesus é o maior exemplo de submissão que a Bíblia apresenta e que a submissão faz parte do caráter cristão (cf. Lc 22:26), ela não é um castigo, mas uma característica cristã essencial, nesse aspecto, ao ser chamada à submissão, a mulher está sendo convidada a assemelhar-se a Cristo seu Senhor que antes de tudo foi submisso ao Pai.

É preciso compreender o papel de subordinação da mulher estabelecido pelas Escrituras. A submissão não tem a ver com incapacidade, ou capacidade inferior, se fosse assim, a submissão de Jesus ao Pai indicaria sua inferioridade, todavia, os evangelhos não deixam duvidas de que Cristo é igual ao Pai, neste sentido homem e mulher são essencialmente iguais, mas possuem papéis diferentes, assim como na economia da salvação o Filho se submete ao Pai abdicando do seu direito para sujeitar-se em amor. Semelhantemente a mulher não é inferior ao homem, mas ela deve sujeitar-se a ele em amor, abrir mão de sua autonomia e se colocar debaixo da liderança masculina. O amor é sempre a motivação por trás da sujeição. A relação de autoridade e submissão entre homem e mulher constantemente é atribuída à relação entre Cristo e a Igreja (cf. Ef 5:22-33). Igualmente, outras passagens como I Co 7 e 11 mostram que o principio de submissão está baseado na ordem estabelecida por Deus e nada tem a ver com a inferioridade ou a superioridade de alguma das partes.

A submissão é o princípio que permeia todo o universo, isso mostra que ela não é restritita às mulheres, mas a toda a criação e fundamentalmente aos cristãos. Uma sociedade sem liderança e sem submissão se transforma em anarquia, foi o que aconteceu com Satanás no céu, ele quis usurpar o lugar de Deus. E desde então, a rebelião é a característica de todo pecado. Cristo sendo IGUAL ao Pai, igualmente Deus, se colocou em submissão ao Pai por amor a mim. Se o rei da glória se submeteu, por que nós não podemos nos submeter? O principio da submissão, conforme Efésios 5 é amor a Cristo, sem amar a Cristo a submissão não pode ser compreendida da forma correta, assim como a liderança. Quando Cristo se submeteu ao Pai, ele não se tornou inferior, quando Cristo lavou os pés dos seus discípulos ele não se tornou inferior a eles. Servir não é uma forma de inferioridade, mas uma forma de amor.

Gálatas 3:28 “Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo”.

As feministas cristãs usam esse texto pra defender a igualdade de gêneros. Mas o texto não fala de gênero homem e mulher, a palavra aqui é arsen (macho) e thely (fêmea), isso deixa claro que Paulo não está falando dos papéis como faz de costume (homem, mulher, marido e esposa). Paulo não está apoiando a igualdade funcional dos sexos, mas da liberdade espiritual em Cristo. Espiritualmente não há gregos e nem judeus (embora biologicamente sim), senhores nem servos. Em Cristo você e o seu patrão (cristão) são iguais, embora você ainda continue sendo o funcionário e ele o chefe.

“A sociedade dos dias de Paulo estabelecia uma linha definida e muros muito altos de separação entre as pessoas. […] a noção de que algumas pessoas  – geralmente judeus, homens livres e machos – eram melhores, mais valiosas e mais importantes do que outras. O evangelho porém destrói essa mentalidade. Consequentemente, os preconceitos baseados em raça, condição social, sexo ou qualquer outra diferença superficial e temporária não pertencem à comunhão da Igreja de Cristo.Todos os crentes, sem exceção, são um em Cristo.”

“Ao reconhecer as mulheres cristãs como totalmente iguais aos homens em termos espirituais, o cristianismo elevou a mulher a uma condição que jamais experimentara no mundo antigo. Em questões de governo no lar e na Igreja, Deus estabeleceu a liderança masculina; entretanto, porém, na dimensão das possessões espirituais não há absolutamente nenhuma diferença” (John MacAthur, Homens e Mulheres)

O feminismo desvaloriza as mulheres ao expô-las como um pedaço de carne. Embora as feministas acusem a objetificação da mulher como se fosse um produto do patriarcado, a objetificação da mulher é resultado da liberação feminina: mulheres que no passado quiseram se libertar, rompendo com a ideia de modéstia e castidade e resolveram encurtar suas roupas e etc. abriram caminho para se tornarem ícones sexuais e agora os efeitos estão sendo sentidos. A Bíblia por sua vez busca preservar a mulher em todos os sentidos.

O valor de qualquer ser humano é independente da posição que ocupa nas diversas circunstâncias estabelecidas por Deus na vida. O feminismo é resultado da falta de conhecimento do valor que nós temos diante de Deus..

O machismo existe?

Sim!

“Preciso reiterar que é lamentável toda e qualquer expressão de machismo. Este, que diminui as mulheres da sua dignidade e alta posição posta pelo próprio Criador. Que toma formas de violência, opressão e humilhação ao sexo feminino. Ora, isto é o indiscutível resultado da Queda, em grau egoísta, covarde e maligno. Na cosmovisão cristã, a raiz disto chama-se pecado. E se queremos atacar a raiz do problema, precisamos chamá-lo pelo nome certo, pecado. Pecado. Não de cristianismo, ou igreja, ou Bíblia. o próprio Jesus, que disse que tais males não vêm de qualquer cenário exterior, estrutural, social, mas procedem do coração? Não sejam insensatos de generalizar o diagnóstico de toda a igreja brasileira, como se a conhecessem toda. (Pr. Marcelo Ferreira, 1ª Batista de Piracicaba)

É o pecado de indivíduos que gera sistemas injustos, corrupção política, imoralidade midiática, ideologias limitantes e sofismas atraentes.

– Nós cristãos não temos que levantar nenhuma dessas bandeiras, ser feministas não é a forma bíblica de combater as injustiças contra a mulher e vice-versa. Ambos são extremos do mesmo problema.

Em seu livro “A Igreja no final do século XX”, Francis Schaeffer diz que os cristãos devem ser COBELIGERANTES, não aliados (o que isso quer dizer?).

COBELIGERANTE, se refere a lutar por uma causa em comum, mas não significa se aliar. É quando dois países tem um inimigo em comum e lutam contra eles, mas eles não são aliados. Schaeffer diz o seguinte:

“Por vezes, nosso discurso pode parecer igual ao discurso de pessoas sem bases cristãs. Se há injustiça social, diga que há injustiça social. Se precisamos de ordem, precisamos de ordem. Nestes casos, em pontos específicos, seremos cobeligerantes”. Não devemos, porém, nos aliar como se estivéssemos no mesmo campo firmado em alicerces não cristãos. Não somos aliados de nenhum campo deste tipo. A igreja é completamente diferente, pois, basea-se nos absolutos que as Escrituras oferecem.

Nós não precisamos escolher um lado, nós só precisamos ficar com a Palavra de Deus, concordamos até onde a Palavra de Deus nos permite, não abraçamos causas nem ideologias, somos bíblicos.

Deus fez homem e mulher diferentes e não iguais, embora ambos sejam criados á sua imagem, iguais em valor espiritual, mas eles foram feitos para cumprir funções diferentes na sociedade. A mulher não substitui o homem e o homem não substitui a mulher.