
“Se o mundo nos vê conformando-nos aos seus padrões e seu relativismo, não escutará o que dizemos. Não terá nenhuma razão para se interessar. ”
Francis Schaefer
O relativismo cultural tem permeado na sociedade pós-moderna e, diante dessa verdade relativizada, como nós cristãos devemos nos posicionar? Como podemos conviver em um ambiente tão contrário ao pensamento cristão? O pensamento relativista tem se infiltrado na sociedade e afastado a confiança de que a Palavra de Deus é absoluta, e é justamente neste ambiente cultural relativista que surgem a figura do politicamente correto e a ideia da inclusão.
Acredito fortemente que esse é um dos maiores desafios que temos enfrentado atualmente, pois por meio dele as pessoas começaram a crer que toda verdade é relativa, portanto, a verdade pode ser encontrada dentro de cada um de nós. O resultado desse raciocínio conclui que a verdade é fruto de nossas experiências, logo, o que é verdade para você pode não ser para mim.
Quando a experiência é autoridade, o “eu” é exaltado acima de Deus e das Escrituras. O pensamento contemporâneo retira da Bíblia o seu significado e relevância, impondo uma barreira histórica e cultural. Assim, a Bíblia tem sido relegada a um papel secundário e sem relevância para a nossa vida ordinária.

Desse modo, os púlpitos oferecem um evangelho contrário às Escrituras e aos ensinos apostólicos. A mensagem possui uma abordagem humanista e com forte teor motivacional, não defendendo mais que não há outra possibilidade de chegar à verdade, se não por Cristo, e afirmando que devemos aceitar todos os pontos de vista. Logo, o discurso cristão que defende que Cristo é a verdade é visto como arrogante e ofensivo.
Mas onde podemos encontrar a verdade? A verdade só pode ser encontrada na Palavra de Deus. Para compreender essa verdade adequadamente precisa-se ler a Palavra de Deus. Portanto, termos que dar ouvidos às advertências de Deus, rejeitar a sabedoria do mundo e voltarmo-nos para a Verdade de Deus.
Para combatermos esse pensamento equivocado e contrário a Escrituras, precisamos dedicar tempo estudando e aprendendo uma boa teologia. Afinal, uma teologia correta defende o pensamento que não se trata apenas de conhecer a Jesus, mas, primeiro, compreender o que Deus nos revelou através da Sua Palavra.
A Inspiração, Autoridade e Suficiência das Escrituras
O versículo que é fundamental para compreensão da autoridade da Palavra de Deus é 2 Tm 3.16-17:
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.’’
A cosmovisão pós-moderna questiona justamente a existência de verdade e autoridade, e o único modo de rebater todas essas controvérsias é sustentando sólidas convicções ortodoxas. Primeiramente, a convicção de que a Bíblia é inspirada por Deus, portanto, ela é inerrante e infalível – logo, aquilo inspirado por Deus é, também, naturalmente autoritativo. A Palavra de Deus nos ensina e é suficiente e superior a qualquer recurso que a sabedoria do mundo pode oferecer. Podemos ter convicção de que a Palavra de Deus é verdadeiramente capaz de nos habilitar para toda boa obra, e sua superioridade é comprovada pelo fato de que é eterna e atemporal.
Visto que Palavra de Deus é inerrante, autoritativa e suficiente, somos encorajadas a viver nesta cultura relativizada como os bereanos em Atos 17:11, que não só recebiam a palavra, mas examinavam as Escrituras diariamente para saberem se as coisas eram, de fato, desta forma. Portanto, como cristãs, é fundamental que a Escritura seja o nosso ponto de partida, pois a sua verdade é absoluta sobre todas as coisas e todas as épocas, em nossas vidas, em todas as áreas. Desse modo, estaramos aptas para viver uma vida que glorifique a Deus em tudo.
Por Hilda Lacerda